E sem saber como começar a falar, resolvi copiar o que escrevi sobre o assunto no meu diário, afinal nada mais íntimo e sincero do que escrevemos em nossos registros pessoais e eis…

” 03/09/2021

Treze dias após a Manuela completar 3 anos. Dia de reunião com as professoras e coordenadora da escola.
Pedi à Deus alguns dias atrás para que Ele me ajudasse desmamar a Manuela e eis que Ele me deu essa reunião de presente, presente porque ela foi crucial para a minha decisão de para de postergar.

Eu estava desmotivada, sem coragem, com dedo, sei lá o que… Após o seu aniversário ela e eu ficamos muito doentes, muito provavelmente e por motivos inconscientes tantos meus como dela para não encararmos nossa missão (algo trabalhado em algumas das minhas sessões de terapia), e claro que eu abortei a missão.
Mas eu sabia o quanto não estava sendo mais benéfico para ela e muito menos para mim, muito pelo contrário…
E então sai da reunião, decidida, disposta a mudar a minha atitude e não dar mais.

Expliquei pra ela que meu peito estava machucado e doendo, algo que eu já vinha falando há dias.
Uns três meses antes eu já falava que após o aniversário o mama iria acabar porque ela já estava grande e não precisava mais dele.

Mas doeu, como doeu, doeu demais meu coração.
Amamentar para mim, por mais que fosse difícil muitas vezes, quando eu olhava para ela mamando e me olhando, o mundo parava pra mim … Não havia nada que pagasse aquele olhar, o carinho, o amor que eu recebia dela, isso vai ficar registrado na minha memória pra sempre, como um dos melhores momentos da minha vida…

Foram dias tristes, tensos que me fez refletir no quanto esse tal de desmame gentil que tanto falam (inclusive até eu mesma já falei) é de fato real ou não, porque desmamar é colocar um ponto final, terminar com uma relação de amor, carinho , afeto, entre a mãe e filho.
Existe rompimento, término, gentil, sem dor?

Para mim o meu foi um desmame possível, tanto para mim como para ela…